Qualquer coisa no vinho
Qualquer coisa no ar
Qualquer coisa no mel
Qualquer coisa no mar
Aquele cheirinho a eucalipto, aquela mordidela de mosquito
Aquele drogado educado, aquele rico malcriado
Aqueles turistas perdidos, bebem vinho verde felizes
Aqueles artistas servem à mesa, até os forretas deixam gorjeta
Oh amanhã é mais um dia que vai tornar-se ontem
Oh amanhã é mais um dia que vai tornar-se ontem
Qualquer coisa no vinho
Qualquer coisa no ar
Qualquer coisa no mel
Qualquer coisa no mar
Aquele penalty anulado, aquele carro mal estacionado
O portal das finanças, é um labirinto sem esperanças
Aquele café da manhã, aquela vizinha de sutiã
Aquelas tardes de cerveja, tornam-se em noites de macieira
Oh amanhã é mais um dia que vai tornar-se ontem
Oh amanhã é mais um dia que vai tornar-se ontem
Qualquer coisa no vinho
Qualquer coisa no ar
Qualquer coisa no mel
Qualquer coisa no mar
Aquela nuvem de perfume, das meninas em cardume
Que mergulham no cais sodré, sem nunca molhar o pé
Aquele cinema no estendal, o nosso tímido carnaval
Aquele cheiro a sardinhas e haxixe, os santos devem estar felizes
Oh amanhã é mais um dia que vai tornar-se ontem
Oh amanhã é mais um dia que vai tornar-se ontem
Qualquer coisa no vinho
Qualquer coisa no ar
Qualquer coisa no mel
Qualquer coisa no mar
Aquela caça do gambuzino, segue-me que eu sei o caminho
Muitos anos a virar frangos, toma lá morangos
Aquele amor em sprint, aquela pilula do dia seguinte
Aquele cheirinho a carvão, torna o medroso em rei leão
Os artistas de hoje em dia, sobrevivem na pandemia
Toma lá para te entreteres, é só putas e recibos verdes